A Câmara dos Deputados aprovou na ultima quinta-feira 26, um auxílio emergencial de R$ 600 por mês para trabalhadores autônomos, desempregados e microempreendedores de baixa renda, com objetivo de proteger segmentos mais vulneráveis em meio à crise econômica gerada pela pandemia do coronavírus.
Para que o benefício entre em vigor, no entanto, a
proposta ainda precisa ser aprovada pelo Senado e receber sanção do presidente Jair Bolsonaro.
O texto aprovado pelos deputados prevê que o
auxílio emergencial terá duração inicial de três meses, podendo ser prorrogado
por mais três meses.
A proposta também estabelece que até dois membros
da mesma família poderão receber o benefício, somando uma renda domiciliar de
R$ 1.200. Já mulheres que sustentam lares sozinhas poderão acumular dois
benefícios individualmente.
A proposta inicial do governo Bolsonaro, anunciada
na semana passada, era conceder R$ 200 por trabalhador autônomo. No entanto,
parlamentares passaram a defender um benefício maior, a partir de R$ 500. Antes
da votação, o Palácio do Planalto concordou em elevar o auxílio para R$ 600.
Segundo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o
valor maior é necessário para permitir que os brasileiros deixem de trabalhar e
fiquem em casa, contribuindo para reduzir a transmissão do Corona vírus
na população.
A previsão do governo é que o auxílio atenda mais
de 24 milhões de pessoas, o que representará um gasto de ao menos R$ 14,4
bilhões por mês.
Entenda a seguir as regras aprovadas pela Câmara.
Quais
os requisitos para solicitar o auxílio?
Segundo o texto aprovado na Câmara, terá direito ao
benefício quem for maior de 18 anos, não tiver emprego formal e não receber
benefício previdenciário (aposentadoria) ou assistencial (como o BPC).
Os deputados estabeleceram também limites de renda
para solicitação do auxílio. Não poderão receber o benefício pessoas cuja renda
mensal total da família for superior a três salários mínimos (R$ 3.135) ou que
a renda per capita (por membro da família) for maior que meio salário mínimo
(R$ 522,50).
Além disso, não terá direito quem tenha recebido
rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 em 2018.
Que categorias de trabalhadores estão incluídas nesses critérios?
Cumpridos os requisitos acima, o texto aprovado pelos deputados
prevê que poderão solicitar o benefício inclusive trabalhadores registrados
como microempreendedor individual (MEI) e trabalhadores por conta própria que
contribuem de forma individual ou facultativa para o INSS.
Não poderão receber o auxílio
trabalhadores com carteira de trabalho assinada e funcionários públicos,
inclusive aqueles com contrato temporário.
Quem recebe Bolsa Família pode requisitar?
O novo auxílio aprovado pela
Câmara não poderá ser acumulado com o Bolsa Família. No entanto, o beneficiário
do programa poderá optar por receber o auxílio emergencial no lugar do Bolsa
Família, já que o novo benefício tem valor maior.
Será preciso estar no Cadastrado Único?
A ideia é que o Cadastro Único
para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) seja usado para facilitar
a liberação do benefício, mas o texto aprovado na Câmara não estabelece o
cadastro como exigência para solicitar o auxílio.
O Cadastro Único é um banco de
dados do governo em que brasileiros precisam estar registrados para receber
benefícios como o Bolsa Família e o BPC.
Como a renda será verificada?
A renda familiar que será
considerada é a soma dos rendimentos brutos dos familiares que residem em um
mesmo domicílio, exceto o dinheiro do Bolsa Família.
A renda média da família será
verificada por meio do CadÚnico para os inscritos no sistema. Os não inscritos
farão autodeclaração por meio de uma plataforma digital.
Segundo o deputado Eduardo Barbosa
(PSDB-MG), autor do projeto de lei que foi adaptado pelos deputados para
criação do auxílio emergencial, o governo federal tem ferramentas para cruzar
dados e checar se a renda do solicitante se enquadra nos limites do programa.
Como o benefício poderá ser solicitado?
O texto prevê que o governo federal deverá regulamentar como o
benefício será concedido. O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse na semana
passada que a ideia é usar a Caixa Econômica Federal para operacionalizar a
distribuição do auxílio.
"A Caixa Econômica Federal
tem 26 mil postos de atendimento. Já estão sendo preparados".
Limite de benefício por família?
O texto aprovado prevê que até
duas pessoas por família poderão receber o benefício, limitando o auxílio a R$
1.200 por núcleo familiar. No entanto, mulheres que sustentam suas famílias
sozinhas poderão acumular individualmente dois benefícios.
Duração do benefício?
A proposta aprovada na Câmara
estabelece duração inicial de três meses, havendo possibilidade de o governo
prorrogar por mais três meses durante o período de enfrentamento emergencial do
coronavírus.
E o salário dos trabalhadores formais?
Com a paralisação de diversas
atividades econômicas no país devido à quarentena imposta a boa parte da
população, empresas terão forte redução de receitas e podem ter dificuldade
para pagar salários. Por isso, o governo prepara regras emergenciais que
permitirão a redução temporária de salários.
Bolsonaro chegou a editar uma Medida
Provisória no domingo que permitia suspender salários de empregados com
carteira assinada por até quatro meses, sem qualquer compensação aos
trabalhadores. O presidente recuou da medida após fortes críticas e o
Ministério da Economia trabalha em outra proposta em que o governo garantirá
uma renda mínima às pessoas afetadas.
Informações do MSN NOTICIAS
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